Alcolumbre usa domingo para atacar Lula e apressar sabatina do STF
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📅 02/12/2025

Alcolumbre usa domingo para atacar Lula e apressar sabatina do STF

Presidente do Senado divulgou nota, disse estar "ofendido" e cobrou o envio da indicação de Jorge Messias; nos bastidores, rapidez é vista como retaliação após Lula bancar seu indicado.

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Ronny Teles

Ronny Teles

Combatente pela democracia

Em pleno domingo, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), divulgou uma nota e elevou o tom contra o governo Lula, dizendo-se "ofendido" com o que vê como tentativa do Planalto de distorcer a relação entre os Poderes.

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No centro da disputa está a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal com a aposentadoria antecipada de Luís Roberto Barroso. Alcolumbre reclama que, mesmo após a escolha ter sido publicada no Diário Oficial da União, a mensagem formal com o nome de Messias ainda não chegou ao Senado, o que seria uma manobra para pressionar o cronograma da Casa.

"É nítida a tentativa de setores do Executivo de criar a falsa impressão, perante a sociedade, de que divergências entre os Poderes são resolvidas por ajuste de interesse fisiológico, com cargos e emendas. Isso é ofensivo não apenas ao Presidente do Congresso Nacional, mas a todo o Poder Legislativo", escreveu Alcolumbre.

Na última semana, o senador pleiteou mais espaços na máquina federal, incluindo as presidências do Banco do Brasil, do Banco do Nordeste (BNB), do Cade e da CVM.

Ele também afirmou: "Feita a escolha pelo Presidente da República e publicada no Diário Oficial da União, causa perplexidade ao Senado que a mensagem escrita ainda não tenha sido enviada, o que parece buscar interferir indevidamente no cronograma estabelecido pela Casa, prerrogativa exclusiva do Senado Federal".

Alcolumbre destacou que o prazo marcado para a sabatina de Messias na CCJ, em 10 de dezembro, "guarda coerência com a quase totalidade das indicações anteriores e permite que a definição ocorra ainda em 2025, evitando a protelação que, em outros momentos, foi tão criticada".

Nos corredores do Congresso, a movimentação é lida como retaliação direta do presidente do Senado. Parlamentares da base lembram que ele preferia outro nome para o Supremo, o do colega Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e se irritou quando Lula bateu o martelo por Jorge Messias.

A avaliação nos bastidores é que Messias pode enfrentar dificuldades para alcançar os 41 votos necessários no plenário, já que o tempo curto para articulação favorece quem controla a pauta, no caso, o próprio Alcolumbre.

Enquanto o embate prossegue, Lula reafirma a prerrogativa constitucional de indicar livremente ministros do STF. Até o fechamento, o governo não havia se manifestado publicamente sobre a nova investida do presidente do Senado; o silêncio, por ora, falou mais alto.

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Publicado em 2 de dezembro de 2025 às 13:07

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