CPI do Banco Master ganha força e expõe rombo bilionário
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📅 20/11/2025

CPI do Banco Master ganha força e expõe rombo bilionário

Após a operação da PF que revelou fraudes com títulos de crédito falsos, deputados articulam uma CPI para investigar o Banco Master. Há pressão sobre o GDF, divergências no Senado e aliados de Lula dizem que as investigações vão avançar.

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Ronny Teles

Ronny Teles

Combatente pela democracia

O escândalo revelado pela operação Compliance Zero, da Polícia Federal, sacudiu o Congresso. Na Câmara, o deputado Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) começou a coletar assinaturas para instaurar uma CPI que investigue o suposto esquema financeiro envolvendo o Banco Master. Até agora, 33 deputados assinaram o pedido.

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Segundo a investigação, houve fraudes na venda de títulos de crédito falsos. Além do dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, a operação prendeu sete pessoas envolvidas no caso.

Para Rollemberg, a gravidade do caso exige uma apuração profunda. Ele afirmou: "Até agora nós temos 33 assinaturas, mas nós começamos na noite de terça e, por causa do feriado, a Câmara está vazia. Mas, vamos intensificar a coleta de assinaturas a partir da próxima terça-feira. É fundamental a gente fazer uma CPI, pois estamos diante do maior escândalo, o maior desvio de recursos públicos na operação".

O deputado criticou o Governo do Distrito Federal (GDF) e o governador Ibaneis Rocha. "São 12,2 bilhões de reais comprados de títulos inexistentes, ou seja, isso não aconteceria sem a complacência do GDF, do governador do Distrito Federal, que defendeu com unhas e dentes essa operação. Ele foi um garoto-propaganda dessa operação".

Entre os apoios à CPI está a deputada Bia Kicis (PL-DF). Para ela, a fraude exige uma apuração firme: "Estão se desenhando prejuízos bilionários, imagina você fazer títulos fictícios para fraudar credores? Isso precisa ser levado a sério, não importa as conexões que o Banco Master tenha".

O deputado Alberto Fraga (PL-DF), bolsonarista, foi além e mirou o governador do DF: "Os servidores públicos do DF que vão ficar a ver navios, porque o irresponsável do governador Ibaneis se preocupou mais em comprar títulos podres. Aí a gente começa a entender porque que o governador comprou fazendas, avião, carros, com dinheiro que só Deus sabe de onde veio".

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), afirmou que a "prisão de Daniel Vorcarro escancarou conexões perigosas entre o Banco Master, fundos de previdência e gente grande da política".

Ele também criticou o relatório do chamado PL Antifacção e reforçou o avanço das investigações: "O relatório do Derrite faz exatamente o que o crime organizado quer: asfixia a Polícia Federal, enfraquece a Receita e facilita a vida dos chefes das facções". E completou: "é determinação do presidente Lula ir pra cima do andar de cima do crime organizado. As operações vão continuar, doa a quem doer".

A deputada Érika Kokay (PT-DF) disse que sempre estranhou o interesse do GDF no Master e cobrou investigação dos órgãos de controle: "Estivemos no Banco Central, na Comissão de Valores Mobiliários, na Polícia Federal e no Tribunal de Contas do DF para que esta relação fosse investigada".

Ela afirmou que o BRB não pode ser usado contra o interesse público: "É inadmissível que o BRB tenha gasto mais de R$ 16 bilhões com o Banco Master, comprando, inclusive, carteiras com clientes inexistentes. Um desrespeito com o banco e com o povo de Brasília. O banco é de Brasília, e pertence a sua população, e não a gestores de plantão".

O Professor Reginaldo Veras (PV-DF) foi direto ao ponto: "Quem tem culpa que pague".

No Senado, há divergência sobre a CPI. A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) disse que vai acompanhar de perto as comissões que devem ser abertas. "Eu sou senadora do DF. Eu quero que você imagine como eu estou. Mas desde o início, especialmente do envolvimento do Master com o BRB, eu fui ao Banco Central, eu apresentei pedidos, assinei a CPI, apresentei pedido de audiência pública".

Ela elogiou o trabalho da PF e defendeu que a apuração avance: "Eu quero parabenizar a Polícia Federal e temos que ir fundo atrás disso. Eu vou acompanhar de perto, mas de perto mesmo, porque eu estou horrorizada com o que está descoberto".

O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) discordou da CPI: "A CPI sempre tem um caráter político, né? Então, nesse caso, eu acho que a Polícia Federal está investigando e vai chegar nos responsáveis".

Já o senador Beto Faro (PT-PA) considerou precoce abrir CPI enquanto apurações seguem em órgãos como Banco Central e Ministério da Fazenda: "Falar em CPI agora é dispensável; seria muito mais um ato político do que uma iniciativa necessária".

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Publicado em 20 de novembro de 2025 às 11:39

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