O presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu a pressão do Congresso e afirmou estar tranquilo com a escolha do advogado-geral da União, Jorge Messias, para o Supremo Tribunal Federal, questionando "o porquê da polêmica" sobre a indicação.
"Eu sinceramente eu não entendo o porquê da polêmica. Não é o primeiro ministro que eu indico, eu já indiquei oito ministros. Eu simplesmente escolho uma pessoa, mando para o Senado e o Senado, então, faz um julgamento para saber se a pessoa está qualificada ou não. Eu não sei porque que foi transformado num problema político", afirmou Lula em entrevista à TV Verdes Mares, de Fortaleza (CE), nesta quarta-feira (3).
Em seguida, Lula disse estar seguro da decisão e ressaltou as credenciais de Messias para a vaga de Luís Roberto Barroso no STF: "Eu cumpri com o meu papel. Mandei um nome que eu entendo que tem qualificação profissional para ser ministro da Suprema Corte. Qualificação comprovada como advogado-geral da União".
Na véspera, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), cancelou o calendário previsto para a sabatina na CCJ em 10 de dezembro, após o Planalto retardar o envio da mensagem formal de indicação. Irritado, classificou a estratégia como "grave e sem precedentes" e disse que ela interfere no trabalho do Senado.
"O Senado foi surpreendido com a ausência do envio da mensagem escrita referente à indicação, já publicada no Diário Oficial da União e amplamente anunciada. Essa omissão, de responsabilidade exclusiva do Poder Executivo, é grave e sem precedentes. É uma interferência no cronograma da sabatina, prerrogativa do Poder Legislativo", declarou Alcolumbre.

