O presidente Luiz Inácio Lula da Silva celebrou a operação conjunta das polícias Militar, Civil e Federal na Bahia e no Ceará, que prendeu 38 suspeitos ligados ao Comando Vermelho e foi concluída sem mortes.
Batizada de Freedom, a ofensiva teve 46 mandados de busca e apreensão para atingir o núcleo armado e financeiro da facção e ocorreu menos de uma semana após a megaoperação no Rio de Janeiro que terminou com 121 mortos, incluindo quatro policiais.
Ao comentar os resultados, Lula defendeu a integração das forças de segurança para estrangular o crime organizado e proteger a população, em recado indireto ao governo fluminense.
"A Operação Freedom, deflagrada nesta terça-feira (4) pela Polícia Civil da Bahia com apoio da FICCO — Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (que reúne a Polícia Federal, as Polícias Civil, Militar e Penal da Bahia, a Secretaria Nacional de Políticas Penais e a Secretaria da Segurança Pública do estado) — prendeu 38 integrantes de facção do Rio de Janeiro e cumpriu 46 mandados de busca e apreensão na Bahia e no Ceará. O objetivo é desarticular o núcleo armado e financeiro da organização. A atuação conjunta das forças de segurança é o caminho para estrangular o crime organizado e proteger a população".
Antes, o presidente havia destacado as ações do governo federal para enfrentar o crime com inteligência, integração e foco nas lideranças das facções, em vez de letalidade.
"O Governo do Brasil está atuando para quebrar a espinha dorsal do tráfico de drogas e do crime organizado. Com mais inteligência, integração entre as forças de segurança e foco nos cabeças do crime — quem financia e comanda as facções. Desde 2023, as ações do Governo já retiraram R$ 19,8 bilhões das mãos de criminosos, o maior prejuízo já imposto ao crime, enfraquecendo lideranças e redes financeiras. O número de operações da Polícia Federal cresceu 80% desde 2022, saltando de 1.875 para 3.393 em 2024. Em 2025, já são 2.922 até outubro. Nas rodovias, a Polícia Rodoviária Federal apreendeu 850 toneladas de drogas em 2024 — recorde histórico".
"A inteligência e a integração também avançaram. Em setembro, inauguramos em Manaus o Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI) — iniciativa inédita entre nove países da Pan-Amazônia e nove estados brasileiros, para combater tráfico, garimpo ilegal e crimes ambientais. Para sustentar esses avanços, o Governo enviou ao Congresso o PL Antifacção, que endurece as penas e asfixia financeiramente as facções; e a PEC da Segurança Pública, que moderniza e integra as forças policiais, incorpora as Guardas Municipais e garante recursos permanentes para estados e municípios. Essas medidas completam o ciclo da segurança: investigação mais eficaz, integração institucional e base legal sólida — uma combinação que consolida o enfrentamento ao crime no Brasil".
Uma ação conjunta das polícias Civil, Federal e Militar na Bahia e no Ceará prendeu 38 pessoas em ofensiva contra o tráfico, mirando o enfraquecimento da estrutura armada e financeira do Comando Vermelho.
Ninguém foi morto na operação.
A mobilização ocorreu seis dias depois da operação nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio, que deixou 121 mortos.
Ao todo, 90 mandados judiciais são cumpridos em Salvador, cidades da Região Metropolitana, no interior da Bahia e também no Ceará, inclusive em unidades prisionais.
De acordo com investigadores, um dos principais líderes da facção em Salvador foi localizado em Eusébio, na Grande Fortaleza. Ele e a companheira, apontada por cuidar das finanças do grupo, foram presos.
Além das prisões, a Justiça determinou o bloqueio de 51 contas bancárias ligadas aos suspeitos. Os investigados são apontados por homicídios e pela expansão do tráfico na capital e em outras cidades.
A expectativa é que o cumprimento dos mandados e o material apreendido ajudem a esclarecer pelo menos 30 assassinatos recentes em Salvador.
Os mandados mais relevantes foram executados fora da Bahia, com foco em Eusébio, no interior do Ceará.
O estado serviu de refúgio para Luís Lázaro Santana Alves, o LL, e Marielle Silva Santos. Mesmo fora da Bahia, LL, conhecido pela polícia, comandava ações da facção na região da Liberdade. Marielle operava as finanças do grupo.
"LL, que é um dos líderes da facção na Liberdade, é um dos homens mais perigosos daquela área, tendo diversos homicídios nas costas. O que a gente investiga é que ele é responsável por ordenar mortes, mesmo de longe".
