O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), disse que a tensão entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), em torno da indicação de Jorge Messias ao STF, é pontual e deve ser superada. Segundo ele, a relação tende a se recompor.

"Eu acredito sempre no diálogo, na busca pelos problemas reais da sociedade. Dialogar para construir maioria nas casas parlamentares é extremamente natural, e qualquer estresse que seja pontual, eu tenho absoluta convicção de que será resolvido para o bem do Brasil", afirmou Silveira em entrevista a jornalistas durante visita ao Senado para a homenagem ao Dia Nacional do Delegado de Polícia.
O impasse ganhou força depois de Alcolumbre divulgar nota rejeitando o que chamou de "fisiologia" em troca de apoio ao nome de Messias. O senador considerou ofensiva a "falsa impressão" de que divergências entre Poderes se resolvem com cargos e emendas, e cobrou respeito ao papel do Senado na análise de indicações ao Supremo.
Lula escolheu Messias para a vaga aberta com a saída de Luís Roberto Barroso. A sabatina na CCJ, presidida por Alcolumbre, foi marcada para 10 de dezembro.
Alcolumbre defendia a ida de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) ao STF, o que elevou o desgaste após Lula optar por Messias. Em nota, o presidente do Senado afirmou que "nenhum Poder deve se julgar acima do outro" e criticou o atraso no envio da mensagem presidencial formalizando a indicação.
Diante do ambiente mais tenso, Lula adotou articulação direta e almoçou com o relator da sabatina, senador Weverton Rocha (PDT-MA), em gesto pessoal para consolidar votos na CCJ.
Sobre a atuação de Lula, Silveira disse: "Quem sabe a hora de o presidente Lula entrar em qualquer discussão é o presidente Lula, que teve 60 milhões de votos no Brasil, que é o líder dessa Nação, e tem uma responsabilidade e uma experiência tremenda no trato com a coisa pública e na relação democrática com o Parlamento Nacional".
O ministro também reiterou apoio a uma possível candidatura do senador Rodrigo Pacheco ao governo de Minas Gerais: "Se o ex-presidente e amigo Rodrigo Pacheco for candidato a governador de Minas, eu já deixei público que o apoiarei com todo entusiasmo, até porque reconheço seu valor como homem público, alguém que prestou relevantes serviços à sociedade brasileira, na defesa da democracia e dos valores republicanos".

