Imagens que circulam nas redes sociais mostram Jair Bolsonaro dando risadas após ser preso pela Polícia Federal. Os registros foram feitos no fim da tarde de domingo (23) na superintendência da PF em Brasília.

O momento foi captado durante visita de Michelle Bolsonaro, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.

As cenas enfraquecem a narrativa da defesa de que o ex-presidente estaria com "delírios" ou "alucinações" quando violou a tornozeleira eletrônica, fato que motivou sua prisão preventiva por representar tentativa de fuga.

Após a audiência de custódia conduzida pela juíza auxiliar Luciana Sorrentino, foi mantida a prisão preventiva decretada por Moraes.

Bolsonaro foi preso preventivamente no âmbito da Petição 14.129, instaurada a partir de representação da Polícia Federal, que resultou na decretação de diversas medidas cautelares por conta de sua participação nos mesmos delitos imputados a seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), acusado de coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

A detenção atual não tem relação com a Ação Penal 2668, que trata da participação de Jair Bolsonaro na trama golpista. A preventiva substitui a prisão domiciliar anteriormente imposta e foi motivada por novos elementos: a violação da tornozeleira eletrônica e a manifestação convocada por Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que indicam, segundo a Polícia Federal e em entendimento seguido pelo STF, risco concreto de fuga e ameaça à ordem pública diante da iminência do trânsito em julgado.

A Primeira Turma do STF decide nesta segunda-feira (24), entre 8h e 20h, se referenda a decisão de Moraes. Votam o presidente do colegiado, Flávio Dino, além de Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

Se a decisão for mantida, Bolsonaro ficará preso por tempo indeterminado, enquanto a Justiça julgar necessário.

Atualmente, o sistema prisional brasileiro tem 208.882 pessoas em prisão provisória, que inclui prisão preventiva, temporária e flagrante, conforme o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2024.

Bolsonaro pode ter a prisão convertida em definitiva com a conclusão do julgamento da trama golpista, na qual foi condenado à pena de 27 anos e três meses.

O trânsito em julgado, quando se encerra a fase de recursos, deve ocorrer nesta semana e pode acontecer já na terça-feira (25), caso o relator, Alexandre de Moraes, entenda que novos recursos têm caráter meramente protelatório, sem capacidade de alterar o resultado.

Como a condenação é superior a oito anos, a execução da pena deverá começar em regime fechado.